sábado, 24 de abril de 2010

mudança

Li esta semana a história de um certo cartunista, que já esqueci quem, comentando em entrevista à Folha de São Paulo que ouvir Nevermind do Nirvana mudou sua vida. Imagino de quantas pessoas também. Lembro que estava na casa da Dani ouvindo rádio no quarto do Gustavo, provavelmente a 89 FM (na época, uma rádio rock) e que Smells like teen spirit vibrou em nossos ouvidos e entrou em nossos corpos fazendo nos movimentar. Lembro do tapete colorido onde estávamos sentadas e que depois se tornou apenas apoio para nossos pés que saltavam de alegria.

domingo, 28 de março de 2010

Éramos três, e ainda somos

Que o vazio da distância entre nós não quebre a linha que une nossos corações e almas, que a força de nossos desejos seja nosso guia em busca de um mundo melhor, de continuarmos sendo três e acreditando no amor.

"Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar..."
(Teatro dos Vampiros)

"And all my time,
Is yours as much as mine"
(Vapour Trail)

"Oh I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, it's got to be this time,
Avenues all lined with trees,
Picture me and then you start watching,
Watching forever, forever,
Watching love grow, forever,
Letting me know, forever"
(Ceremony)

sábado, 20 de março de 2010

Shoegaze por Rafael Martins (duplamente)

Rafael Martins, meu fiel escudeiro de Donezine, em sua vida acadêmica precisou fazer um exercício de radiojornalismo, em que ele deveria entrevistar uma colega de classe e vice-versa. A idéia seria ele falar do movimento Shoegaze e a colega dele de yorkshire. Algo do tipo "falar daquilo que você conhece" (pelo menos um pouco). E ele me enviou, perguntando minha opinião... Porque na verdade, na verdade... quem fez todas as perguntas foi ele próprio. E o mesmo também respondeu às perguntas.
Ao enviar a tal entrevista comentou: "Foi um exercicio de rádio jornalismo...Um aluno entrevistando o outro...uma menina me entrevistou como se eu fosse um especialista em shoegaze ...e eu entrevistei essa menina, uma especialista em...yorkshire (?!?!?!)...heheheeh...Mas e aí minha definição de shoegaze está correta????hehehehe".

É, Rafa, a definição está muito boa. E a entrevista com você, feita por você mesmo (rss) também. Aqui segue o resultado "virtual".

Com vocês, uma definição de shoegaze por Rafael Martins duplamente (na íntegra sem nenhuma revisão, intervenção ou corte):

BOM, PARA COMEÇAR RAFAEL, O QUE É SHOEGAZE?

R - SHOEGAZE É UM ESTILO MUSICAL QUE SURGIU NA GRÃ BRETANHA NA VIRADA DOS ANOS 80 PARA OS 90. EM TERMOS DE SOM, SÃO BANDAS COM INFLUÊNCIA DO ROCK PSICODÉLICO DOS ANOS 60 COMO THE DOORS, VELVET UNDERGROUND, BEATLES, PINK FLOYD, ENTRE OUTRAS. PORÉM, COM AS GUITARRAS MUITO MAIS ALTAS E DISTORCIAS, O BARULHO CHEGA À UM PONTO QUE NÃO DÁ PARA DEFINIR UM INSTRUMENTO DO OUTRO E AO CONTRARIO DA MÚSICA POP, OS VOCAIS NÃO FICAM A FRENTE DO INSTRUMENTAL E GERALMENTE SÃO MUITO BAIXOS E ESTÉREOS, O QUE CONTRASTA COM TODA BARULHEIRA PRODUZIDA PELOS INSTRUMENTOS.


NUMA TRADUÇÃO LIVRE PARA O PORTUGUÊS, SHOEGAZE SIGNIFICA ALGO COMO “CONTEMPLAR AS PONTAS DO SAPATO” OU “OLHAR PARA AS PONTAS DOS PÉS”...NÃO É UM NOME ESTRANHO PARA UM ESTILO MUSICAL?

R - DE FATO É, MAS TEM UM POR QUE. ORIGINALMENTE O TERMO FOI UTILIZADO PARA DESCREVER UM SHOW DA BANDA MOOSE EM QUE O VOCALISTA RUSSEL YATES COLOCOU AS LETRAS DAS MÚSICAS GRUDADAS NO CHÃO ENQUANTO O GUITARRISTA K.J. MCKILLOP, QUE POSSUIA VARIOS PEDAIS DE DISTORÇÃO FICAVARAM BOA PARTE DO SHOW OLHANDO PARA BAIXO. O QUE APARENTEMENTE DESMONSTRAVA CERTA INDIFERENÇA DE BANDA COM O PÚBLICO. LOGO OS SEMANÁRIOS BRITÂNICOS COMO NEW MUSIC EXPRESS E MELODY MAKER COMEÇARAM A USAR O TERMO SHOEGAZE PARA DESCREVER A NOVA GERAÇÃO DE BANDA QUE SURGIA NA ÉPOCA, E A PARTIR DAÍ ESSA ATITUDE FOI ENCARADA COMO POSTURA DE PALCO PELAS DEMAIS BANDAS


O ENGRAÇADO É QUE TAMBÉM EXISTEM OUTROS TERMOS PARA DEFINIR O ESTILO...

R - SIM. TALVEZ O MAIS ESTRANHO DE TODOS SEJA THE SCENE THAT CELEBRATES ITSELF OU “A CENA QUE CELEBRA A SI MESMA”, ISSO PORQUE HAVIA CERTA UNIÃO ENTRE AS BANDAS, ALÉM DE UMAS SEREM O PÚBLICO DE OUTRAS. MAS HÁ A EXPRESSÃO BAGGY PARA AS BANDAS MAIS DANÇANTES E CRUSTIES PARA AS MAIS PUNK, MAS TALVEZ OS MAIS GÉNERICOS SEJAM INDIE ROCK E NOISE POP. MAS O PÚBLICO AINDA PREFERE SHOGAZE OU SHOEGAZING.


É INTERESSANTE TAMBÉM NOTAR QUE NA CENA SHOEGAZING, NOISE POP...QUE SEJA...EXISTEM MUITAS MULHERES EM BANDAS. HÁ QUE SE DEVE ISSO?

R - BOM, NÃO HÁ UMA RAZÃO ESPECIFICA QUE EXPLIQUE ISSO. A PARTIR DO PUNK ROCK NO FINAL DOS ANOS SETENTA COMEÇOU A SER MAIS COMUM VER BANDAS COM GAROTAS E AO LONGO DOS ANOS OITENTA ISSO CONTINUOU DENTRO DO ROCK ALTERNATIVO, SEJA NOS ESTADOS UNIDOS OU NA GRÃ BRETANHA. OUTRO FATOR QUE TALVEZ EXPLIQUE ISSO, É QUE NÃO SÓ O SHOEGAZE, MAS COMO NA MAIORIA DAS VERTENTES DO ROCK ALTERNATIVO, AS BANDAS TÊM SUA ORIGEM EM UNIVERSIDADES, OU SEJA, UMA CLASSE SUPOSTAMENTE MAIS INSTRUÍDA QUE RECONHECE O VALOR DA MULHER QUANTO CIDADÃ. MAS AO CONTRARIO, POR EXEMPLO, DO MOVIMENTO RIOT GRRL, QUE ROLAVA NA MESMA ÉPOCA NOS ESTADOS UNIDOS, AS BANDAS SHOEGAZE NÃO TINHAM UMA POSTURA POLÍTICA.


VOCÊ PODE CITAR ALGUMAS...

R - E SÃO VÁRIAS AS BANDAS COM GAROTAS: MY BLOODY VALENTINE, SLOWDIVE, LUSH, BLEACH, SILVERFISH, CURVE, ENTRE OUTRAS.

POR QUE A MAIORIA DAS BANDAS TEM O NOME CURTO?

R - É OUTRA CARACTERISTICA DO ESTILO QUE NÃO POSSUÍ UM PORQUE PROFUNDO. É APENAS UMA QUESTÃO ESTÉTICA. AS PRIMEIRAS BANDAS A SE DESTACAREM COMO MOOSE, RIDE, VERVE, LUSH POSSIAM NOMES CURTOS E AS BANDAS QUE SURGIRAM POSTERIORMENTE APENAS SEGUIRAM ISSO COMO MODA.


QUAIS SÃO OS DISCOS ESSENCIAS PARA SE ENTENDER O ESTILO?

R - ANTES DE ENTENDER O SHOEGAZE COMO ESTILO MUSICAL, É INTERESSANTE VER O QUE INFLUENCIOU ESSAS BANDAS. SE PENSARMOS NOS AOS SESSENTA PODEMOS CITAR O PRIMEIRO DISCO DO VELVET UNDERGOUND, O REVOLVER DOS BEATLES, O PRIMEIRO DO THE DOORS E O THE PIPER AT THE GATES OS DAWN DO PINK FLOYD. OUTROS DISCOS IMPORTANTES PARA A INFLUENCIA DO GÊNERO, MAS JÁ NOS ANOS OITENTA SÃO O TREASURE DO COCTEAU TWINS, O PYCHO CANDY DO JESUS AND MARY CHAIN E O ISN´T ANYTHING DO MY BLOOD VALENTINE. JÁ DIRETAMENTE SOBRE O SHOEGAZE, O MY BLOODY VALENTINE COM O LOVELESS E O JESUS AND MARY CHAIN COM O HONEY´S DEAD TAMBÉM SÃO REFERENCIAS, ALÉM DO NOWHERE DO RIDE, O JUST FOR A DAY DO SLOWDIVE, EVERYTHING´S ALRIGHT FOREVER DO BOO RADLEY E O SPOOKY DO LUSH.


AINDA QUE ESSA CENA MUSICAL TENHA TIDO SEU AUGE EM 91,92,93, ANTES DA METADE DAQUELA DECADA JÁ NÃO SE OUVIA FALAR NELA. O ACONTECEU?

R - É PRECISO QUE SE ENTENDA QUE O MEIO MUSICAL ALÉM DE ARTE, É UM MEIO DE ENTRETENIMENTO E POR ISSO UMA ATIVIDADE COMERCIAL. AINDA QUE SE TRATE DE UM ESTILO QUE SE DISTANCIE DE OUTROS GENEROS VOLTADO PARA GRANDE MASSA, O ARTISTA NÃO PRODUZ UM DISCO APENAS PARA EXPRESSAR SEUS SENTIMENTOS E OPINIÕES, MAS UM PRODUTO PARA SER COMERCIALIZADO. ASSIM, DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO O MERCADO VAI SE ADEQUANDO AS TENDENCIAS. ENTÃO, NOS ANOS 40 TINHAMOS O BEBOP, NOS ANOS CINQUENTA O ROCK N´ROLL, NOS ANOS SESSENTA O POWERFLOWER, NOS ANOS SETENTA O PUNK ROCK, NOS OITENTA O POST PUNK, O HARDCORE, NOS NOVENTA O SHOEGAZE E TAMBÉM O GRUNGE E NO SÉCULO VINTE TEMOS O CHAMADO NOVO ROCK E O EMO.
MAS MAIS IMPORTANTE É PERCEBER QUE UM ESTILO NÃO ACABA SIMPLESMENTE POR QUE NÃO ESTÁ MAIS NA MODA.


INCLUSIVE HOJE TEMOS O NU GAZE...

ISSO, E QUE NA VERDADE NÃO É NADA MAIS DO QUE BANDAS QUE CRESCERAM OUVINDO AS BANDAS NO INICIO DOS ANOS NOVENTA.


MAS AGORA O ESTILO MAIS AMPLO?

R - ESTÁ MAIS AMPLO NO SENTIDO QUE AS BANDAS HOJE NÃO VÊEM APENAS DA GRÃ BRETANHA. TEM SURGIDO MUITA BANDA BOA DE NOVA YORK COMO A PLACE TO BURY STRANGERS E CRYSTALS STILTS . O GLISS DE LOS ANGELES. E TAMBÉM DA GRÃ BRETANHA, COMO OS IRLANDESES DO SWEET JANE. MAS PRINCIPALMENTE DE OUTROS LUGARES DO MUNDO COMO, A POLONESA SALUMINESI., DOUGLAS HEART DA SUECIA. ASALTO AL PARQUE ZOOLOGICO DA ARGENTINA. O THE SOUNDSCAPES, QUE UMA BANDA PAULISTA RADICADA EM NOVA YORK E O RADIARE AQUI DE CAMPINAS. FORA JAPÃO, FILIPINAS, MEXICO.
MAS ACIMA DE TUDO O PÚBLICO PRECISA ENTENDER QUE ESSE RÓTULOS: INDIE ROCK, SHOEGAZE, GRUNGE E ATÉ EMO, SÃO UMA FORMA DO JORNALISTA DESCREVER UM DETERMINADO ESTILO MUSICAL E QUE ESSES TERMOS NA VERDADA NÃO SIGNIFICAM NADA.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Referência para o indie rock

Midsummer Madness completa 21 anos de serviços prestados a música brasileira

por Rafael Martins

A carência de espaço para música independente no Brasil é notória, especialmente o rock que não é um gênero de massa. Mas se para muitos este fato é uma dificuldade, para Rodrigo Lariú, idealizador do selo Midsummer Madness [que teve início como um fanzine], isto significa oportunidade. Assim, em 2010 o selo carioca completa 21 anos, uma maioridade de serviços prestados a música brasileira ostentando o título de referência para o indie rock.

Ao contrário de segmentos mais populares da indústria fonográfica, o cenário de música underground ainda é cercado pela áurea de arte legítima, que não fora corrompida pelo mercado. Exageros à parte, bandas e selos que abastecem esse segmento, ainda que pequeno, possui consumidores fieis e ávidos por novidades.

Com este prestígio Lariú vem desde o fim dos anos 80 descobrindo e lançando novas bandas pelo seu selo Midsummer Madness. Um trabalho de certa forma artesanal, pois cada lançamento tem um tratamento único e também heróico, afinal a recompensa financeira nem sempre é satisfatória.

“Nossa preocupação nº 01 é com a boa música. Se a banda será sucesso de público e crítica ou terá muitos downloads, pra gente é secundário, ou melhor, é consequência” diz Rodrigo. Com esse espírito, bandas como a Pelvs do Rio de Janeiro, a campineira e finada Astromato e The Gilbertos do jornalista Thomas Pappon, ex-integrante do Fellini, tiveram material lançado e distribuído em território nacional.

Todas as mudanças na forma de comercializar a música que o mercado fonográfico vem enfrentando nas últimas duas décadas atingiram também o selo. De início eram lançados apenas fitas-demo (fitas cassete muitas vezes com baixa qualidade sonora), evoluindo para o CD e SMD (semi metálica disco, formato semelhante ao CD, porém com custo inferior) e agora com faixas disponibilisadas em MP3 no site http://www.mmrecords.com.br/ para download.

Ainda sim isto não parece preocupar Lariú que afirma: “Nós vamos melhorar cada vez mais nosso site, testar novas plataformas e maneiras on line de abastecê-lo, para melhorar cada vez mais a comunicação com nosso público que está 99% na internet. Por enquanto, continuaremos a lançar CDs e SMDs e voltaremos a lançar vinil. Até o momento em que isso se tornar absolutamente inviável”.

Foto: site Midsummer Madness

Banda Pelvs: um dos grandes sucessos do indie rock nacional

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

20 anos de The Ride EP + Creation + Telescopes + Shoegazing

Oh, Creation! Tão amada e tão odiada. Mas por meio de seus meios - justificados ou não - nossos ouvidos conseguiram ganhar diversos carinhos em formas de guitarras distorcidas. Foram algumas bandas do movimento shoegaze (ou shoegazing, como preferir) e que neste mês (janeiro/2010) é completado 20 anos de nascimento de um dos mais importantes discos de sua história: The Ride EP (pelo selo Our Price; a Creation aconteceria mais tarde).

Para comemorar o fato, uma reunião que muitos não acreditavam ser possível [César, estamos quase fazendo ressuscitá-los, não? rs]: Steve, Andy, Marky e Loz estiveram juntos e deram uma entrevista para a Nightshift - Oxford´s Music Magazine.

"O debut da gravação das quatro primeiras músicas do Ride em EP abriram as portas musicais de Oxford para uma outra dimensaão. Sem o sucesso desse EP e da banda as histórias de Radiohead, Supergrass, Foals e outras seriam bem diferentes", comenta os editores da revista.

Sempre digo que se o Ride não tivesse parado suas atividades, teria se tornado a maior banda de todos os tempos.

Assim, deixo aqui meu recado... como um colega, amigo, conhecido (sei lá...) escreveu no guestbook da banda:
"O Ride é uma das coisas mais bonitas que já ouvi".

Ou como uma outra pessoa escreveu no site da Creation:
"Thanks, Ride, for all you were".

-------------

E por falar em movimento shoegaze, o Zé Antônio (ex-Pin Ups), em seu Pub Blog (MTV) descreve um texto muito interessante para quem que conhecer um pouco mais sobre este estilo de música. Ele deixa lá uma listinha de Cds, que considero alguns indispensáveis na vida de qualquer pessoa, e que reproduzo aqui:

"Por falar em CDs, fiz uma listinha de 10 álbuns que, na minha opinião, ajudam a entender melhor essa história:

My Bloody Valentine: Loveless (1991 – Creation Records)
Raise : Swervedriver (1991 – Creation Records/A&M))
Spiritualized: Lazer Guided Melodies (1992 - Dedicated)
Loop: Heaven's End (1987 - Head)
Ride: Nowhere (1990 – Creation Records)
Spectrum: Soul Kiss (1991 - BMG)
Spooky : Lush (1992 – 4AD)
Everything Alright Forever : The Boo Radleys (1992 – Creation Records))
Whirpool : Chapterhouse (1991 - Dedicated)
Souvlaki : Slowdive (1993 – Creation Records)"

---------------------------------

E por falar em Creation e shoegazers, abaixo seguem pequenos trechos de uma entrevista feita em 2003 com Stephen Lawrie, vocalista do Telescopes. A banda estava retornando suas atividades na época e Stephen conta o porquê da parada anterior:

By Marcia Raele

Perfect Needle e muitas outras músicas dos Telescopes fizeram uma trilha sonora de alguns momentos perfeitos da vida de muitas pessoas no início de 90. É difícil explicar como alguns timbres de guitarra um pouco mais distorcidos ou um pouco mais altos podem fazer com uma pessoa. [...]

O que você acha de dar entrevista a um fanzine?
Fanzines são legais, eu costuma escrever um, e então e eu fico sempre feliz de fazer entrevista com eles. Eles costumam ser bem mais honestos que o NME [New Music Express].

Você já fez algum contato com fãs brasileiros?
Nós recebemos um bocado de cartas e e-mails. É sempre bom escutá-los. E é bom saber que nossa música pode alcançar pessoas muito longe.

Quais são as inspirações para as músicas? As letras são baseadas em experiências pessoais?
Inspiração é um estado de espírito para nós. Pode ser em qualquer lugar ou em nenhum lugar. Depende da maneira como estamos nos sentindo.

The Telescopes ficaram seis anos parados. Por que esta parada e como foi o retorno? Conte como tem sido a recepção de “Third Wave” [o único trabalho após dez anos na época/2003]?
Eu coloquei o Telescopes na espera porque haviam muitas coisas no caminho e também muitas pessoas interferindo no grupo. A Creation queria hits, eu queria fazer música que tocassem mais a fundo as pessoas. Levou um longo tempo até eu criar um ambiente onde conseguisse atingir isto. “Third Wave” é nosso primeiro álbum em muito, muito tempo. Nós ficamos realmente surpresos pela reação das pessoas em relação a ele. Elas têm sido legais. Nós honestamente não sabíamos como as pessoas reagiriam.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dias Estranhos

Comprei uma blusa listrada... uva e branca. Passei o ano novo em casa, quieta, apesar dos estrondos barulhentos dos fogos de artifício...não que não goste deles. Mas prefiro o barulho das minhas guitarras ensurdecedoras zumbindo dentro de meus ouvidos.

E os dias passaram, passaram, passaram... mais uma chuva caiu... mais alguns corpos se foram. E o tempo novo que deveria trazer esperança, traz choro e lamentação. Aqui também. Não saber o que fazer é algo comum em muitos lugares. Como diria meu colega Armando, o Vento Mudou de Direção...

quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

Londres

incrivelmente isso foi escrito há exato um ano 9/12/2008 e agora o publico... para exorcizar

...quando olho pra uma vitrine em londres e vejo a essência da cultura européia estampada nas paredes, e tudo o que essa figura pode provocar dentro de uma mente "brilhante", eu sinto vontade de chorar. eu queria poder estar lá e conversar com alguém ao meu lado que pudesse discorrer com propriedade sobre algumas nuances que essa cultura pode nos trazer... essa vontade de chorar é porque imagino algumas pessoas que poderiam estar ali ao meu lado (poucas - hoje precisamanete só gostaria que fosse uma), mas sei que não estarão. .. e que tudo não passa de mais uma ilusão em meu cotidiano... aquele sombrio e falso que criei.