O Venus Volts é uma banda que sabe onde quer chegar. Inglaterra é um de seus destinos e sua marca por aqui já toma forma e possibilidades de levantar esse vôo. Com participação e presença confirmada nos principais festivais de rock do país, incluindo o Motomix, promovido pela Motorola, Venus Volts aportou no AutoRock, em sua cidade natal, Campinas, mostrando sua nova energia sonora, envolta pelo vocal feminino de Trinity que derruba qualquer pretendente a rockstar.
Quem perdeu o Venus Volts no Autorock pode ainda tentar acompanhar a banda pelo Festival do Sol, em Natal, um dos maiores festivais de música independente da atualidade, ou no Barbarella, festival promovido em Goiânia a bandas de vocal feminino.Antes do show, Trinity (vocal) e Pellê (vocal e guitarra) conversaram gentilmente com Rafael Martins para um bate-papo/entrevista, onde comentaram as novas influências e os próximos rumos que a banda deve seguir.
Com vocês... Venus Volts!
Done: Primeiro eu queria saber o que é que mudou da época do Fluid em relação a agora com o Venus Volts, além do vocal, claro...
Trinity: A gente nem cita mais Fluid, porque praticamente é uma nova banda. Não em sonoridade, mas com um conceito novo de banda. Mas a principal mudança mesmo está no vocal feminino. Na parte instrumental, de composições, é estarmos mais abertos a novas idéias, abordagens novas de músicas. A gente está com a idéia de por elementos eletrônicos também mas dentro da linha que a gente já faz...
Done: E por que essa mudança?
Pellê: Porque ela me intimou (risos). Eu estava lá tranqüilo e ela entrou no meu Myspace e disse que ia cantar com a gente. Aí rolou uma mudança natural, ela trouxe novas influências, bandas com vocais femininos, algo de anos 80, e também estamos ouvindo bastante coisas mais atuais, como Bloc Party.
Trinity: A questão do eletrônico também veio por isso, porque eu já escutava e tinha umas influências dos anos 80..Pellê: É, mas sem exagero nessa coisa de eletrônico. São coisas pequenas.
Done: Vocês já estão preparando algum material com essa nova sonoridade?
Pellê: Sim, temos algumas músicas novas, sem ainda o eletrônico, mas estamos preparando. Dependendo de como for acontecendo a gente vê se lança um CD novo. Ou dependendo de como forem acontecendo os contatos, ver se realmente a gente solta "o primeiro disco", já com essa nova linha.
Done: Já tem algum contato?
Pellê: Por causa do Motomix, a gente teve muitos contatos. Não falo que abriram portas, porque ainda não estamos dentro de nenhuma delas.
Done: Falando nisso, vocês têm um certo hype, apesar de não estarem dentro do grande hype da música independente. A que vocês atribuem esse "sucesso"? Vocês têm feito algum trabalho forte de divulgação? Myspace?
Pellê: Ah! Eu converso com muita gente há muito tempo por internet, e essa mudança da banda chamou um pouco mais de atenção. O Motomix também chamou atenção... e as coisas estão rolando... festival em Natal, e acho que isso é fruto da nova banda.
Trinity: Em termos de Myspace a gente deu um upgrade na página, mas isso é o mínimo para que a banda seja bem divulgada e tenha uma imagem legal. Mas divulgação pesada que tenha dado retorno para a banda na realidade não existiu. Na verdade é mais pelos shows e pela nova proposta.
Pellê: Teve nossa participação na Trama que também ajudou bastante com o programa e exposição da banda no Youtube com o "12 horas no estúdio"... Virou hype, mais de 56 mil acessos.
Done: Os contatos que vocês estão fazendo são só no Brasil ou fora também?
Pellê: Por enquanto só no Brasil. A intenção é que aconteça algo fora também, principalmente fora. Mas por enquanto, só no Brasil.
Done: Vocês pretendem mudar para fora do país?
Pellê: Por que não?
Done: Pra qual lugar?
Pellê: Inglaterra, porque é mais a nossa cara. Se tiver alguma oportunidade de ir pra lá, mesmo que não seja pra morar, mas só pra tocar, vou amanhã!
Done: Como vocês se sentem antes dos shows?
Trinity: Antes me dava dor de barriga, mas depois do Motomix passoou.
Pellê: Antigamente eu ficava sem vontade de tocar, de mau humor. Agora não. A gente ensaia muito e a banda está muito segura. E agora quando estamos em cima do palco, a gente fala "É a Hora!".
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Prontos pra estourar
Rafael Martins
Não é difícil de ficar extasiado após ver o Venus Volts sobre um palco, principalmente pela performance da vocalista Trinity, discípula direta de Siouxie Sioux.
Porém, o que impressiona mesmo é a qualidade das músicas, com arranjos simples, mas trabalhados. Se encaixam bem na sonoridade do início do milênio com suas influências do pós-punk inglês dos anos 80 e pegada típica de bandas norte-americanas. Se aqui houvesse um mercado fonográfico inteligente, eu diria que estão prontos pra estourar.
O carisma de Trinity também remete à PJ Harvey, por ambas serem mulheres de estatura pequena e que ficam gigantes quando se expressam. Entenda, a banda, como um todo, mal cabe no palco, tamanho é o fluxo de energia produzido. O baterista Du literalmente socando seu kit, o baixista Dinho que com sua timidez dá a impressão de aparecer e desaparecer a todo instante de cena e a segurança do guitarrista Pellê nos faz lembrar um maestro. É nítida a plena consciência de cada um, o seu papel.
Mas as atenções sem dúvida são roubadas pela vocalista, que apesar das referências citadas é autêntica, de personalidade marcante. Tudo nela é digno de nota, dos olhos pintados às polainas, e as cerejas tatuadas no braço. Quando está interpretando uma canção e se posiciona em frente do palco e se inclina para o público encarando-os de forma incisiva, chega a ser intimidadora. Mas ao fim de uma música se despe ao ponto de sorrir delicadamente ao sentir que atingiu cada uma das pessoas que observara, a instantes, cada um dos seus movimentos.
O público esteve ali o tempo todo à mercê, com seus sentidos sendo levados de acordo com a intensidade dos sons que ecoavam entre a fumaça de cigarros e as paredes vermelhas do Bar do Zé. Show irretocável!
Quem perdeu o Venus Volts no Autorock pode ainda tentar acompanhar a banda pelo Festival do Sol, em Natal, um dos maiores festivais de música independente da atualidade, ou no Barbarella, festival promovido em Goiânia a bandas de vocal feminino.Antes do show, Trinity (vocal) e Pellê (vocal e guitarra) conversaram gentilmente com Rafael Martins para um bate-papo/entrevista, onde comentaram as novas influências e os próximos rumos que a banda deve seguir.
Com vocês... Venus Volts!
Done: Primeiro eu queria saber o que é que mudou da época do Fluid em relação a agora com o Venus Volts, além do vocal, claro...
Trinity: A gente nem cita mais Fluid, porque praticamente é uma nova banda. Não em sonoridade, mas com um conceito novo de banda. Mas a principal mudança mesmo está no vocal feminino. Na parte instrumental, de composições, é estarmos mais abertos a novas idéias, abordagens novas de músicas. A gente está com a idéia de por elementos eletrônicos também mas dentro da linha que a gente já faz...
Done: E por que essa mudança?
Pellê: Porque ela me intimou (risos). Eu estava lá tranqüilo e ela entrou no meu Myspace e disse que ia cantar com a gente. Aí rolou uma mudança natural, ela trouxe novas influências, bandas com vocais femininos, algo de anos 80, e também estamos ouvindo bastante coisas mais atuais, como Bloc Party.
Trinity: A questão do eletrônico também veio por isso, porque eu já escutava e tinha umas influências dos anos 80..Pellê: É, mas sem exagero nessa coisa de eletrônico. São coisas pequenas.
Done: Vocês já estão preparando algum material com essa nova sonoridade?
Pellê: Sim, temos algumas músicas novas, sem ainda o eletrônico, mas estamos preparando. Dependendo de como for acontecendo a gente vê se lança um CD novo. Ou dependendo de como forem acontecendo os contatos, ver se realmente a gente solta "o primeiro disco", já com essa nova linha.
Done: Já tem algum contato?
Pellê: Por causa do Motomix, a gente teve muitos contatos. Não falo que abriram portas, porque ainda não estamos dentro de nenhuma delas.
Done: Falando nisso, vocês têm um certo hype, apesar de não estarem dentro do grande hype da música independente. A que vocês atribuem esse "sucesso"? Vocês têm feito algum trabalho forte de divulgação? Myspace?
Pellê: Ah! Eu converso com muita gente há muito tempo por internet, e essa mudança da banda chamou um pouco mais de atenção. O Motomix também chamou atenção... e as coisas estão rolando... festival em Natal, e acho que isso é fruto da nova banda.
Trinity: Em termos de Myspace a gente deu um upgrade na página, mas isso é o mínimo para que a banda seja bem divulgada e tenha uma imagem legal. Mas divulgação pesada que tenha dado retorno para a banda na realidade não existiu. Na verdade é mais pelos shows e pela nova proposta.
Pellê: Teve nossa participação na Trama que também ajudou bastante com o programa e exposição da banda no Youtube com o "12 horas no estúdio"... Virou hype, mais de 56 mil acessos.
Done: Os contatos que vocês estão fazendo são só no Brasil ou fora também?
Pellê: Por enquanto só no Brasil. A intenção é que aconteça algo fora também, principalmente fora. Mas por enquanto, só no Brasil.
Done: Vocês pretendem mudar para fora do país?
Pellê: Por que não?
Done: Pra qual lugar?
Pellê: Inglaterra, porque é mais a nossa cara. Se tiver alguma oportunidade de ir pra lá, mesmo que não seja pra morar, mas só pra tocar, vou amanhã!
Done: Como vocês se sentem antes dos shows?
Trinity: Antes me dava dor de barriga, mas depois do Motomix passoou.
Pellê: Antigamente eu ficava sem vontade de tocar, de mau humor. Agora não. A gente ensaia muito e a banda está muito segura. E agora quando estamos em cima do palco, a gente fala "É a Hora!".
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Prontos pra estourar
Rafael Martins
Não é difícil de ficar extasiado após ver o Venus Volts sobre um palco, principalmente pela performance da vocalista Trinity, discípula direta de Siouxie Sioux.
Porém, o que impressiona mesmo é a qualidade das músicas, com arranjos simples, mas trabalhados. Se encaixam bem na sonoridade do início do milênio com suas influências do pós-punk inglês dos anos 80 e pegada típica de bandas norte-americanas. Se aqui houvesse um mercado fonográfico inteligente, eu diria que estão prontos pra estourar.
O carisma de Trinity também remete à PJ Harvey, por ambas serem mulheres de estatura pequena e que ficam gigantes quando se expressam. Entenda, a banda, como um todo, mal cabe no palco, tamanho é o fluxo de energia produzido. O baterista Du literalmente socando seu kit, o baixista Dinho que com sua timidez dá a impressão de aparecer e desaparecer a todo instante de cena e a segurança do guitarrista Pellê nos faz lembrar um maestro. É nítida a plena consciência de cada um, o seu papel.
Mas as atenções sem dúvida são roubadas pela vocalista, que apesar das referências citadas é autêntica, de personalidade marcante. Tudo nela é digno de nota, dos olhos pintados às polainas, e as cerejas tatuadas no braço. Quando está interpretando uma canção e se posiciona em frente do palco e se inclina para o público encarando-os de forma incisiva, chega a ser intimidadora. Mas ao fim de uma música se despe ao ponto de sorrir delicadamente ao sentir que atingiu cada uma das pessoas que observara, a instantes, cada um dos seus movimentos.
O público esteve ali o tempo todo à mercê, com seus sentidos sendo levados de acordo com a intensidade dos sons que ecoavam entre a fumaça de cigarros e as paredes vermelhas do Bar do Zé. Show irretocável!
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