terça-feira, 26 de outubro de 2010

Alive!! Venus Volts, Wry, Messias

Faz tempo. Faz séculos, talvez milênios... não, não... foram apenas alguns meses, talvez um ano.. não sei ao certo, deu pra perceber... mas sometimes i get to feelling... é isso.. preciso mais que isso... nos anos 90 existiu um grupo de hardcore, em São Paulo, chamado Intense Manner of Living (IML), discípulos de Fugazi. Intenso. Vivo. É isso.
Esta não era para ser uma escrita de música... mas tudo corre pra ela. Então vamos a ela...
Nos últimos meses recebi alguns materiais para serem ouvidos, e os que mais gostei são (é verdade, estou bem atrasada com as notícias... mas vai lá):

1. Projeto Solo de Messias (brincando de Deus) > intenso, rebuscado, obra de arte. Três discos (CDs) em um compilado chamado “Escrever-me, Envelhecer-me, Esquecer-me". Acho que estamos na mesma idade e com sentimentos parecidos... escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me. Resilence em http://messias.ning.com/page/download-1

2. Venus Volts > Quando todos comentavam que eles tinham acabado, eles surgem com algo... Intenso. “Venus Volts Is Dead?” ... So Alive.

http://www.rocknbeats.com.br/2010/07/22/venus-volts-lanca-album-oficial-pelo-rock-n-beats-baixe-gratuitamente

3. Wry > Saudoso. Choroso. Perfeito. Maravilhoso. Minha vida intensa. Evisceration > http://www.asteroid.art.br/wry/Wry_National_Indie_Hits_2010.zip

I just wanna stay alive!

domingo, 18 de julho de 2010

Muito velha para este novo rock´n´roll

Let´s get a happy... Buenas?
Quando criei o Done, em papel e já alguns anos, seu objetivo sempre foi o de falar apenas das bandas que gostava e que achava interessante divulgar. Nunca tive a pretensão de criá-lo para ser um espaço para crítica musical, algo já existente amplamente por este Brasil afora realizada por jornalistas culturais muito mais experientes e "sabidos" do que eu.
A idéia, portanto, era o objetivo primáro de um fanzine, assim, como o próprio nome diz "revista de fã". E assim foram várias as matérias e entrevistas publicadas.
Aqui mesmo neste espaço virtual também não houve grande comentários no tom crítico a algum trabalho que não tenha gostado. Mas hoje vou abrir uma exceção. Não para fala mal, mas sim para fazer um comentário.
Ganhei um convite para ir a festa do pessoal do Rock´n´Beats [muito obrigada! parabéns, festa bacana], no Bar do Zé, para assitir aos shows de The Name e The Holger.
Beleza...casa cheia, pessoal animado, e aí sobe The Name ao palco. Musicalmente perfeito. Baterista, um dos melhores que já vi nos últimos tempos. Mas, tudo, tudo, tudo muito previsível. A banda tem punch musical, mas o espírito rock´n´roll não mora ali. Também com a banda Holger - embora com uma variedade sonora um pouco mais afinada que a primeira. Em alguns momenos até me movi um pouco... mas não conseguiram me fazer sorrir [mês passado, no show do Human Trash, embora propostas diferentes, sorri do início ao fim - o espírito do rock mora com eles].
Como disse um amigo, "nunca saí de um show antes de terminar a última música, mas nestes ver a primeira e a última era a mesma coisa".
Tudo bem... o que minha opinião importa para bandas que estão sendo consideradas por mídias especializadas como a maior sensação musical do momento? Nada, é verdade.
Mas fica aqui um registro e um toque a essa nova geração "rock strokes". Tentem ver o espírito rock´n´roll em suas bandas. Aquele que faz você enxergar que tem pessoas tocando por máxima expressão de arte. Ou mesmo, como diria ET (Muzzarelas), apenas pela diversão e cerveja. Mas não aquele que apenas um e outro que toca super bem seus instrumentos, e que faz piadinhas forçadas no meio do show se achando rockeiro. Um show de rock é muito mais que tudo isso.

Talvez, muitos poderão dizer, já estou muito velha para este novo rock´n´roll. E é verdade.

(P.S.: Fui barrada ontem por um segurança 4x4 de entrar na pista de dança só porque as bandas estavam passando o som. Será que elas estão tão profissionais que não permitem se deixar ver nessa situação? Mas olha... já vi passagens de som de gente muito mais profissional e famosa que essas duas bandas... em bares ou em grandes casas de show (e como pessoa comum, do público/não como jornalista)... sei lá...coisas do rock moderno...rs)

terça-feira, 18 de maio de 2010

Messias faz show de lançamento em SP, amanhã (19/05)

Quem quiser conhecer ao vivo o trabalho solo de
Messias (vocalista da banda indie baiana brincando
de deus), pode começar pelo show de lançamento que acontece em
São Paulo (SP), amanhã (19/05), no
Studio SP.
Messias, que junto ao brincando de deus é uma das
pessoas referência dentro da história do indie rock
Brasil, foi ousado - lançou um cd triplo intitulado
"escrever-me, envelhecer-me, esquecer-me" (um
título para cada disco). Além de CD, o álbum também
poderá ser encontrado em MP3, CD,
vinil e cassete, com 32 músicas sob registro de
Creative Commons.
As composições (em português e inglês) foram formadas
a partir de paisagens sonoras e textos pessoais, mesclados
a gravações de estúdio, passagens em casa, no carro,
em bares da cidade ou via celular.
Diverso sem ser eclético, Messias faz uma tentativa pessoal:
conferir sofisticação a um coração lo-fi. Assim,
guitarras, programação, efeitos e cordas delineiam
seu trabalho atual.
Além de São Paulo, o show lançamento acontece
também em Belo Horizonte, no A Obra, dia 20/05, e
ainda em Salvador, dia 29, no Espaço Cultural da
Barroquinha.

Serviço:
São Paulo
19 maio 2010 de 21:00 a 23:00 – Studio SP

Belo Horizonte
20 maio 2010 de 18:00 a 19:00 – A Obra

Salvador
29 maio 2010 de 21:00 a 23:00 – Espaço Cultural da Barroquinha



30 anos sem você

Que a vida se torne vida, e que a essência de sua essência continue ecoando em nossos ouvidos através dos tempos, através da voz. Que Deus esteja te iluminando. Que o amor não nos separe mais...

Presente, passado e futuro do The Fall

O texto abaixo foi escrito por mim para o site Rock´N´Beats, e o reproduzo aqui também.
-----------------------------

Olhando uma imagem atual de Mark E. Smith, líder do The Fall em todos os sentidos, vejo em suas rugas o que podem o tempo e as drogas fazer com a aparência de uma pessoa. Mas não está estampada ali a genialidade que essa teve em sua vida de rock temperado a muitas, muitas drogas. Não estou aqui fazendo nenhuma apologia a elas (longe disso), mas não dá para falar de The Fall – uma das mais importantes bandas da história do rock da Inglaterra, mais precisamente Manchester -, sem associar sua crueza pós-punk e suas letras repletas de ironias e alucinações às centenas de anfetaminas, ácidos, entre outras, experimentadas.

É uma imagem de uma pessoa acabada, mas com um ar de deboche típico do Fall. É como se ele dissesse “Haha, seus otários! Eu continuo vivo, apesar de toda a merda que já fiz na vida. E melhor… fazendo rock como sempre fiz: cru, simples e perfeito”. São quase trinta álbuns em sua carreira inteira (quase um por ano de existência), que incluem centenas de regravações, reedições especiais, etc, etc, etc. Dizem que quem quiser acompanhar a discografia completa do Fall precisa ser rico e não ter o que fazer, pois é algo realmente gigante. E para aumentar esse número e estilo, o Fall chega em 2010 visceral e altamente energético com o álbum Your Future Our Clutter, lançado dia 26 de abril na Inglaterra, pela gravadora Domino (a mesma de The Kills e Arctic Monkeys).

Em tradução literal, “seu futuro, nossa confusão”, o título traz um Fall como se não tivesse saído dos anos 70 com gravações de fita cassete (bálsamo!), guitarras e riffs em repetição, baixões pesados, órgãos compondo a cena e o vocal “falado” de Mark E. Smith simples e eficiente. Assim são as músicas Showcase e Slippy Floor. Mas, pra confundir um pouco a referência, ao mesmo tempo traz elementos do rockabilly ou mesmo surf music (!!!), a origem do rock, vai!, em Cowboy George e Hot Cake.

Wheather Report 2 e Bury parts 1 & 3 são imperdíveis para quem quiser ter uma noção de como era o Fall nos anos 70. Bury é a segunda música do álbum, mas na verdade é uma música em três partes. Mas, mais verdade ainda: é a mesma música tocada três vezes, como uma espécie de “evolução”. A primeira é a música tirada diretamente de um cassete. A segunda parte, mais bem gravada em sua parte instrumental puramente (sem os vocais) e a terceira, a finalização, com ela completa e gravada com todos os seus devidos canais.

“Eu comecei essa música quando estava na cadeira de rodas e tinha acabado de quebrar minhas pernas…Então, ela é como ‘eu na cadeira de rodas’, eu ‘quase em pé’ e eu ‘de pé’ novamente”, comenta Smith, no site da gravadora.

Como visto, Mark E. Smith não é o tipo de cara que se abate facilmente. Em pé ou sentado, a genial simplicidade de suas músicas sempre vai existir e qualquer sacada ao redor pode virar letra. Como tem sido desde o tempo em que ele trabalhava nas docas de Manchester. Your Future Our Clutter dá a pista desse presente, e também do passado e futuro do Fall.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

Sangue

Sangue... símbolo da essência humana. Fertilidade para uns, morte para outros. Ciclo da vida - purificação...

sábado, 24 de abril de 2010

mudança

Li esta semana a história de um certo cartunista, que já esqueci quem, comentando em entrevista à Folha de São Paulo que ouvir Nevermind do Nirvana mudou sua vida. Imagino de quantas pessoas também. Lembro que estava na casa da Dani ouvindo rádio no quarto do Gustavo, provavelmente a 89 FM (na época, uma rádio rock) e que Smells like teen spirit vibrou em nossos ouvidos e entrou em nossos corpos fazendo nos movimentar. Lembro do tapete colorido onde estávamos sentadas e que depois se tornou apenas apoio para nossos pés que saltavam de alegria.

domingo, 28 de março de 2010

Éramos três, e ainda somos

Que o vazio da distância entre nós não quebre a linha que une nossos corações e almas, que a força de nossos desejos seja nosso guia em busca de um mundo melhor, de continuarmos sendo três e acreditando no amor.

"Vamos lá, tudo bem!
Eu só quero me divertir
Esquecer dessa noite
Ter um lugar legal prá ir...

Já entregamos o alvo
E a artilharia
Comparamos nossas vidas
E esperamos que um dia
Nossas vidas
Possam se encontrar..."
(Teatro dos Vampiros)

"And all my time,
Is yours as much as mine"
(Vapour Trail)

"Oh I'll break them down, no mercy shown
Heaven knows, it's got to be this time,
Avenues all lined with trees,
Picture me and then you start watching,
Watching forever, forever,
Watching love grow, forever,
Letting me know, forever"
(Ceremony)

sábado, 20 de março de 2010

Shoegaze por Rafael Martins (duplamente)

Rafael Martins, meu fiel escudeiro de Donezine, em sua vida acadêmica precisou fazer um exercício de radiojornalismo, em que ele deveria entrevistar uma colega de classe e vice-versa. A idéia seria ele falar do movimento Shoegaze e a colega dele de yorkshire. Algo do tipo "falar daquilo que você conhece" (pelo menos um pouco). E ele me enviou, perguntando minha opinião... Porque na verdade, na verdade... quem fez todas as perguntas foi ele próprio. E o mesmo também respondeu às perguntas.
Ao enviar a tal entrevista comentou: "Foi um exercicio de rádio jornalismo...Um aluno entrevistando o outro...uma menina me entrevistou como se eu fosse um especialista em shoegaze ...e eu entrevistei essa menina, uma especialista em...yorkshire (?!?!?!)...heheheeh...Mas e aí minha definição de shoegaze está correta????hehehehe".

É, Rafa, a definição está muito boa. E a entrevista com você, feita por você mesmo (rss) também. Aqui segue o resultado "virtual".

Com vocês, uma definição de shoegaze por Rafael Martins duplamente (na íntegra sem nenhuma revisão, intervenção ou corte):

BOM, PARA COMEÇAR RAFAEL, O QUE É SHOEGAZE?

R - SHOEGAZE É UM ESTILO MUSICAL QUE SURGIU NA GRÃ BRETANHA NA VIRADA DOS ANOS 80 PARA OS 90. EM TERMOS DE SOM, SÃO BANDAS COM INFLUÊNCIA DO ROCK PSICODÉLICO DOS ANOS 60 COMO THE DOORS, VELVET UNDERGROUND, BEATLES, PINK FLOYD, ENTRE OUTRAS. PORÉM, COM AS GUITARRAS MUITO MAIS ALTAS E DISTORCIAS, O BARULHO CHEGA À UM PONTO QUE NÃO DÁ PARA DEFINIR UM INSTRUMENTO DO OUTRO E AO CONTRARIO DA MÚSICA POP, OS VOCAIS NÃO FICAM A FRENTE DO INSTRUMENTAL E GERALMENTE SÃO MUITO BAIXOS E ESTÉREOS, O QUE CONTRASTA COM TODA BARULHEIRA PRODUZIDA PELOS INSTRUMENTOS.


NUMA TRADUÇÃO LIVRE PARA O PORTUGUÊS, SHOEGAZE SIGNIFICA ALGO COMO “CONTEMPLAR AS PONTAS DO SAPATO” OU “OLHAR PARA AS PONTAS DOS PÉS”...NÃO É UM NOME ESTRANHO PARA UM ESTILO MUSICAL?

R - DE FATO É, MAS TEM UM POR QUE. ORIGINALMENTE O TERMO FOI UTILIZADO PARA DESCREVER UM SHOW DA BANDA MOOSE EM QUE O VOCALISTA RUSSEL YATES COLOCOU AS LETRAS DAS MÚSICAS GRUDADAS NO CHÃO ENQUANTO O GUITARRISTA K.J. MCKILLOP, QUE POSSUIA VARIOS PEDAIS DE DISTORÇÃO FICAVARAM BOA PARTE DO SHOW OLHANDO PARA BAIXO. O QUE APARENTEMENTE DESMONSTRAVA CERTA INDIFERENÇA DE BANDA COM O PÚBLICO. LOGO OS SEMANÁRIOS BRITÂNICOS COMO NEW MUSIC EXPRESS E MELODY MAKER COMEÇARAM A USAR O TERMO SHOEGAZE PARA DESCREVER A NOVA GERAÇÃO DE BANDA QUE SURGIA NA ÉPOCA, E A PARTIR DAÍ ESSA ATITUDE FOI ENCARADA COMO POSTURA DE PALCO PELAS DEMAIS BANDAS


O ENGRAÇADO É QUE TAMBÉM EXISTEM OUTROS TERMOS PARA DEFINIR O ESTILO...

R - SIM. TALVEZ O MAIS ESTRANHO DE TODOS SEJA THE SCENE THAT CELEBRATES ITSELF OU “A CENA QUE CELEBRA A SI MESMA”, ISSO PORQUE HAVIA CERTA UNIÃO ENTRE AS BANDAS, ALÉM DE UMAS SEREM O PÚBLICO DE OUTRAS. MAS HÁ A EXPRESSÃO BAGGY PARA AS BANDAS MAIS DANÇANTES E CRUSTIES PARA AS MAIS PUNK, MAS TALVEZ OS MAIS GÉNERICOS SEJAM INDIE ROCK E NOISE POP. MAS O PÚBLICO AINDA PREFERE SHOGAZE OU SHOEGAZING.


É INTERESSANTE TAMBÉM NOTAR QUE NA CENA SHOEGAZING, NOISE POP...QUE SEJA...EXISTEM MUITAS MULHERES EM BANDAS. HÁ QUE SE DEVE ISSO?

R - BOM, NÃO HÁ UMA RAZÃO ESPECIFICA QUE EXPLIQUE ISSO. A PARTIR DO PUNK ROCK NO FINAL DOS ANOS SETENTA COMEÇOU A SER MAIS COMUM VER BANDAS COM GAROTAS E AO LONGO DOS ANOS OITENTA ISSO CONTINUOU DENTRO DO ROCK ALTERNATIVO, SEJA NOS ESTADOS UNIDOS OU NA GRÃ BRETANHA. OUTRO FATOR QUE TALVEZ EXPLIQUE ISSO, É QUE NÃO SÓ O SHOEGAZE, MAS COMO NA MAIORIA DAS VERTENTES DO ROCK ALTERNATIVO, AS BANDAS TÊM SUA ORIGEM EM UNIVERSIDADES, OU SEJA, UMA CLASSE SUPOSTAMENTE MAIS INSTRUÍDA QUE RECONHECE O VALOR DA MULHER QUANTO CIDADÃ. MAS AO CONTRARIO, POR EXEMPLO, DO MOVIMENTO RIOT GRRL, QUE ROLAVA NA MESMA ÉPOCA NOS ESTADOS UNIDOS, AS BANDAS SHOEGAZE NÃO TINHAM UMA POSTURA POLÍTICA.


VOCÊ PODE CITAR ALGUMAS...

R - E SÃO VÁRIAS AS BANDAS COM GAROTAS: MY BLOODY VALENTINE, SLOWDIVE, LUSH, BLEACH, SILVERFISH, CURVE, ENTRE OUTRAS.

POR QUE A MAIORIA DAS BANDAS TEM O NOME CURTO?

R - É OUTRA CARACTERISTICA DO ESTILO QUE NÃO POSSUÍ UM PORQUE PROFUNDO. É APENAS UMA QUESTÃO ESTÉTICA. AS PRIMEIRAS BANDAS A SE DESTACAREM COMO MOOSE, RIDE, VERVE, LUSH POSSIAM NOMES CURTOS E AS BANDAS QUE SURGIRAM POSTERIORMENTE APENAS SEGUIRAM ISSO COMO MODA.


QUAIS SÃO OS DISCOS ESSENCIAS PARA SE ENTENDER O ESTILO?

R - ANTES DE ENTENDER O SHOEGAZE COMO ESTILO MUSICAL, É INTERESSANTE VER O QUE INFLUENCIOU ESSAS BANDAS. SE PENSARMOS NOS AOS SESSENTA PODEMOS CITAR O PRIMEIRO DISCO DO VELVET UNDERGOUND, O REVOLVER DOS BEATLES, O PRIMEIRO DO THE DOORS E O THE PIPER AT THE GATES OS DAWN DO PINK FLOYD. OUTROS DISCOS IMPORTANTES PARA A INFLUENCIA DO GÊNERO, MAS JÁ NOS ANOS OITENTA SÃO O TREASURE DO COCTEAU TWINS, O PYCHO CANDY DO JESUS AND MARY CHAIN E O ISN´T ANYTHING DO MY BLOOD VALENTINE. JÁ DIRETAMENTE SOBRE O SHOEGAZE, O MY BLOODY VALENTINE COM O LOVELESS E O JESUS AND MARY CHAIN COM O HONEY´S DEAD TAMBÉM SÃO REFERENCIAS, ALÉM DO NOWHERE DO RIDE, O JUST FOR A DAY DO SLOWDIVE, EVERYTHING´S ALRIGHT FOREVER DO BOO RADLEY E O SPOOKY DO LUSH.


AINDA QUE ESSA CENA MUSICAL TENHA TIDO SEU AUGE EM 91,92,93, ANTES DA METADE DAQUELA DECADA JÁ NÃO SE OUVIA FALAR NELA. O ACONTECEU?

R - É PRECISO QUE SE ENTENDA QUE O MEIO MUSICAL ALÉM DE ARTE, É UM MEIO DE ENTRETENIMENTO E POR ISSO UMA ATIVIDADE COMERCIAL. AINDA QUE SE TRATE DE UM ESTILO QUE SE DISTANCIE DE OUTROS GENEROS VOLTADO PARA GRANDE MASSA, O ARTISTA NÃO PRODUZ UM DISCO APENAS PARA EXPRESSAR SEUS SENTIMENTOS E OPINIÕES, MAS UM PRODUTO PARA SER COMERCIALIZADO. ASSIM, DE GERAÇÃO EM GERAÇÃO O MERCADO VAI SE ADEQUANDO AS TENDENCIAS. ENTÃO, NOS ANOS 40 TINHAMOS O BEBOP, NOS ANOS CINQUENTA O ROCK N´ROLL, NOS ANOS SESSENTA O POWERFLOWER, NOS ANOS SETENTA O PUNK ROCK, NOS OITENTA O POST PUNK, O HARDCORE, NOS NOVENTA O SHOEGAZE E TAMBÉM O GRUNGE E NO SÉCULO VINTE TEMOS O CHAMADO NOVO ROCK E O EMO.
MAS MAIS IMPORTANTE É PERCEBER QUE UM ESTILO NÃO ACABA SIMPLESMENTE POR QUE NÃO ESTÁ MAIS NA MODA.


INCLUSIVE HOJE TEMOS O NU GAZE...

ISSO, E QUE NA VERDADE NÃO É NADA MAIS DO QUE BANDAS QUE CRESCERAM OUVINDO AS BANDAS NO INICIO DOS ANOS NOVENTA.


MAS AGORA O ESTILO MAIS AMPLO?

R - ESTÁ MAIS AMPLO NO SENTIDO QUE AS BANDAS HOJE NÃO VÊEM APENAS DA GRÃ BRETANHA. TEM SURGIDO MUITA BANDA BOA DE NOVA YORK COMO A PLACE TO BURY STRANGERS E CRYSTALS STILTS . O GLISS DE LOS ANGELES. E TAMBÉM DA GRÃ BRETANHA, COMO OS IRLANDESES DO SWEET JANE. MAS PRINCIPALMENTE DE OUTROS LUGARES DO MUNDO COMO, A POLONESA SALUMINESI., DOUGLAS HEART DA SUECIA. ASALTO AL PARQUE ZOOLOGICO DA ARGENTINA. O THE SOUNDSCAPES, QUE UMA BANDA PAULISTA RADICADA EM NOVA YORK E O RADIARE AQUI DE CAMPINAS. FORA JAPÃO, FILIPINAS, MEXICO.
MAS ACIMA DE TUDO O PÚBLICO PRECISA ENTENDER QUE ESSE RÓTULOS: INDIE ROCK, SHOEGAZE, GRUNGE E ATÉ EMO, SÃO UMA FORMA DO JORNALISTA DESCREVER UM DETERMINADO ESTILO MUSICAL E QUE ESSES TERMOS NA VERDADA NÃO SIGNIFICAM NADA.

sábado, 20 de fevereiro de 2010

Referência para o indie rock

Midsummer Madness completa 21 anos de serviços prestados a música brasileira

por Rafael Martins

A carência de espaço para música independente no Brasil é notória, especialmente o rock que não é um gênero de massa. Mas se para muitos este fato é uma dificuldade, para Rodrigo Lariú, idealizador do selo Midsummer Madness [que teve início como um fanzine], isto significa oportunidade. Assim, em 2010 o selo carioca completa 21 anos, uma maioridade de serviços prestados a música brasileira ostentando o título de referência para o indie rock.

Ao contrário de segmentos mais populares da indústria fonográfica, o cenário de música underground ainda é cercado pela áurea de arte legítima, que não fora corrompida pelo mercado. Exageros à parte, bandas e selos que abastecem esse segmento, ainda que pequeno, possui consumidores fieis e ávidos por novidades.

Com este prestígio Lariú vem desde o fim dos anos 80 descobrindo e lançando novas bandas pelo seu selo Midsummer Madness. Um trabalho de certa forma artesanal, pois cada lançamento tem um tratamento único e também heróico, afinal a recompensa financeira nem sempre é satisfatória.

“Nossa preocupação nº 01 é com a boa música. Se a banda será sucesso de público e crítica ou terá muitos downloads, pra gente é secundário, ou melhor, é consequência” diz Rodrigo. Com esse espírito, bandas como a Pelvs do Rio de Janeiro, a campineira e finada Astromato e The Gilbertos do jornalista Thomas Pappon, ex-integrante do Fellini, tiveram material lançado e distribuído em território nacional.

Todas as mudanças na forma de comercializar a música que o mercado fonográfico vem enfrentando nas últimas duas décadas atingiram também o selo. De início eram lançados apenas fitas-demo (fitas cassete muitas vezes com baixa qualidade sonora), evoluindo para o CD e SMD (semi metálica disco, formato semelhante ao CD, porém com custo inferior) e agora com faixas disponibilisadas em MP3 no site http://www.mmrecords.com.br/ para download.

Ainda sim isto não parece preocupar Lariú que afirma: “Nós vamos melhorar cada vez mais nosso site, testar novas plataformas e maneiras on line de abastecê-lo, para melhorar cada vez mais a comunicação com nosso público que está 99% na internet. Por enquanto, continuaremos a lançar CDs e SMDs e voltaremos a lançar vinil. Até o momento em que isso se tornar absolutamente inviável”.

Foto: site Midsummer Madness

Banda Pelvs: um dos grandes sucessos do indie rock nacional

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

20 anos de The Ride EP + Creation + Telescopes + Shoegazing

Oh, Creation! Tão amada e tão odiada. Mas por meio de seus meios - justificados ou não - nossos ouvidos conseguiram ganhar diversos carinhos em formas de guitarras distorcidas. Foram algumas bandas do movimento shoegaze (ou shoegazing, como preferir) e que neste mês (janeiro/2010) é completado 20 anos de nascimento de um dos mais importantes discos de sua história: The Ride EP (pelo selo Our Price; a Creation aconteceria mais tarde).

Para comemorar o fato, uma reunião que muitos não acreditavam ser possível [César, estamos quase fazendo ressuscitá-los, não? rs]: Steve, Andy, Marky e Loz estiveram juntos e deram uma entrevista para a Nightshift - Oxford´s Music Magazine.

"O debut da gravação das quatro primeiras músicas do Ride em EP abriram as portas musicais de Oxford para uma outra dimensaão. Sem o sucesso desse EP e da banda as histórias de Radiohead, Supergrass, Foals e outras seriam bem diferentes", comenta os editores da revista.

Sempre digo que se o Ride não tivesse parado suas atividades, teria se tornado a maior banda de todos os tempos.

Assim, deixo aqui meu recado... como um colega, amigo, conhecido (sei lá...) escreveu no guestbook da banda:
"O Ride é uma das coisas mais bonitas que já ouvi".

Ou como uma outra pessoa escreveu no site da Creation:
"Thanks, Ride, for all you were".

-------------

E por falar em movimento shoegaze, o Zé Antônio (ex-Pin Ups), em seu Pub Blog (MTV) descreve um texto muito interessante para quem que conhecer um pouco mais sobre este estilo de música. Ele deixa lá uma listinha de Cds, que considero alguns indispensáveis na vida de qualquer pessoa, e que reproduzo aqui:

"Por falar em CDs, fiz uma listinha de 10 álbuns que, na minha opinião, ajudam a entender melhor essa história:

My Bloody Valentine: Loveless (1991 – Creation Records)
Raise : Swervedriver (1991 – Creation Records/A&M))
Spiritualized: Lazer Guided Melodies (1992 - Dedicated)
Loop: Heaven's End (1987 - Head)
Ride: Nowhere (1990 – Creation Records)
Spectrum: Soul Kiss (1991 - BMG)
Spooky : Lush (1992 – 4AD)
Everything Alright Forever : The Boo Radleys (1992 – Creation Records))
Whirpool : Chapterhouse (1991 - Dedicated)
Souvlaki : Slowdive (1993 – Creation Records)"

---------------------------------

E por falar em Creation e shoegazers, abaixo seguem pequenos trechos de uma entrevista feita em 2003 com Stephen Lawrie, vocalista do Telescopes. A banda estava retornando suas atividades na época e Stephen conta o porquê da parada anterior:

By Marcia Raele

Perfect Needle e muitas outras músicas dos Telescopes fizeram uma trilha sonora de alguns momentos perfeitos da vida de muitas pessoas no início de 90. É difícil explicar como alguns timbres de guitarra um pouco mais distorcidos ou um pouco mais altos podem fazer com uma pessoa. [...]

O que você acha de dar entrevista a um fanzine?
Fanzines são legais, eu costuma escrever um, e então e eu fico sempre feliz de fazer entrevista com eles. Eles costumam ser bem mais honestos que o NME [New Music Express].

Você já fez algum contato com fãs brasileiros?
Nós recebemos um bocado de cartas e e-mails. É sempre bom escutá-los. E é bom saber que nossa música pode alcançar pessoas muito longe.

Quais são as inspirações para as músicas? As letras são baseadas em experiências pessoais?
Inspiração é um estado de espírito para nós. Pode ser em qualquer lugar ou em nenhum lugar. Depende da maneira como estamos nos sentindo.

The Telescopes ficaram seis anos parados. Por que esta parada e como foi o retorno? Conte como tem sido a recepção de “Third Wave” [o único trabalho após dez anos na época/2003]?
Eu coloquei o Telescopes na espera porque haviam muitas coisas no caminho e também muitas pessoas interferindo no grupo. A Creation queria hits, eu queria fazer música que tocassem mais a fundo as pessoas. Levou um longo tempo até eu criar um ambiente onde conseguisse atingir isto. “Third Wave” é nosso primeiro álbum em muito, muito tempo. Nós ficamos realmente surpresos pela reação das pessoas em relação a ele. Elas têm sido legais. Nós honestamente não sabíamos como as pessoas reagiriam.

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Dias Estranhos

Comprei uma blusa listrada... uva e branca. Passei o ano novo em casa, quieta, apesar dos estrondos barulhentos dos fogos de artifício...não que não goste deles. Mas prefiro o barulho das minhas guitarras ensurdecedoras zumbindo dentro de meus ouvidos.

E os dias passaram, passaram, passaram... mais uma chuva caiu... mais alguns corpos se foram. E o tempo novo que deveria trazer esperança, traz choro e lamentação. Aqui também. Não saber o que fazer é algo comum em muitos lugares. Como diria meu colega Armando, o Vento Mudou de Direção...