sábado, 23 de agosto de 2008

Show para um auditório | Instiga no Autorock 2008



Texto e fotos Rafael Martins
Logo após a palestra que ocorreu em 9 de agosto, no auditório da Livraria Cultura, sobre rock independente, o Instiga apresentou algumas músicas que estarão no seu 3º álbum (Tenho Uma Banda), além de algumas dos dois primeiros (Máquina Milenar de 2005 e Menino Canta Menina de 2007) para uma platéia atenta.
Esse sim foi um show adequado para um auditório [n.e.: veja o porque deste comentário na resenha sobre show do Benedita], afinal o som do Instiga é digno de contemplação. Os instrumentos são tocados de forma cuidadosa e leve. E justamente por isso era possível se atentar nos arranjos que Pedro Leite compôs para sua bateria, que se completam com as linhas de baixo de Gabriel, assim como a guitarra de Christian que recorre pouco a distorção.
A banda estava solta e feliz por estar ali e isto transparecia nas piadas internas e na comunicação com o público, que respondia com risos e comentários. Como ocorreu quando Christian pediu para a banda recomeçar uma música, alegando que havia iniciado no tom errado. Os outros dois integrantes apenas pararam, com um ponto de interrogação estampado em suas faces e recomeçaram. No final da canção, Gabriel acrescentou que só o vocalista achou que estavam errados, os outros não. Todos dão risadas e se divertem, entendendo que aquilo fazia parte do show.
Infelizmente a cumplicidade de banda e público não ocorreu no dia seguinte na Estação Cultura. O Instiga abriu a tarde de shows, tocando para poucas pessoas. Pelo local ser aberto toda a sutileza do som se perdeu e esta é justamente a principal qualidade da banda.
Ainda que eles não privilegiem o peso e agitação, talvez seja interessante considerarem a voltar a utilizar duas guitarras ou um teclado, para que os arranjos sejam percebidos, mesmo em ambientes maiores. Assim fazendo com que todos voltem a atenção para os detalhes de suas composições.

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