quarta-feira, 10 de setembro de 2008

O mesmo abandono de sempre > Del-O-Max no Autorock 2008



Texto e Fotos Rafael Martins
Procurei num pequeno dicionário que eu tenho, talvez desde a 5ª série, o significado da palavra clichê. E está definido, entre outras coisas, como: chapa fotográfica negativa, chavão, lugar comum.
Que seja.
Assim lá vai outro clichê: o Del-o-Max jogou em casa com a torcida a favor e não deu uma de seleção brasileira contra os hermanos (péssima essa, eu sei).
Com as projeções emprestadas do Crise, tocaram com o mesmo abandono de sempre. Era possível ver, em seus olhos, a fissura por estarem ali com seus instrumentos, simplesmente pelo prazer de estarem ali com seus instrumentos.
Se a mentalidade da indústria fonográfica do nosso pais possuísse o mínimo de decência, o Del-o-Max seria levado a serio. Afinal, é possível enxergar sem sua música aspectos a serem consideradas em uma banda de rock de “sucesso”.
São inventivos. Não que tenham revolucionado algo ou criado novos parâmetros musicais (mesmo porque, quem faz esse tipo de coisas é a mídia e não músicos), mas se utilizam bem de códigos subentendidos, adquiridos em horas e mais horas na apreciação de boa música de diversas vertentes e estilos. Assim criam uma arte autêntica e efervescente.
E, sim...são carismáticos! E isso coloca de lado qualquer teoria analítica e inútil sobre música.
Voltando ao show.
Como dito acima foi o de sempre. Poeta tocando de forma precisa enquanto morde seu lábio inferior. Struckel dando a impressão de estar prestes a ter um ataque nervoso, conforme começa a tremer. Henrique com uma boina de exército, sua alma de contra-baixista e seus 615 baixos vintage. E Campos e a total falta de controle se seus impulsos.
Enfim, a satisfação de sempre após vê-los.

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