Oh, Creation! Tão amada e tão odiada. Mas por meio de seus meios - justificados ou não - nossos ouvidos conseguiram ganhar diversos carinhos em formas de guitarras distorcidas. Foram algumas bandas do movimento shoegaze (ou shoegazing, como preferir) e que neste mês (janeiro/2010) é completado 20 anos de nascimento de um dos mais importantes discos de sua história: The Ride EP (pelo selo Our Price; a Creation aconteceria mais tarde).
Para comemorar o fato, uma reunião que muitos não acreditavam ser possível [César, estamos quase fazendo ressuscitá-los, não? rs]: Steve, Andy, Marky e Loz estiveram juntos e deram uma entrevista para a Nightshift - Oxford´s Music Magazine.
"O debut da gravação das quatro primeiras músicas do Ride em EP abriram as portas musicais de Oxford para uma outra dimensaão. Sem o sucesso desse EP e da banda as histórias de Radiohead, Supergrass, Foals e outras seriam bem diferentes", comenta os editores da revista.
Sempre digo que se o Ride não tivesse parado suas atividades, teria se tornado a maior banda de todos os tempos.
Assim, deixo aqui meu recado... como um colega, amigo, conhecido (sei lá...) escreveu no guestbook da banda:
"O Ride é uma das coisas mais bonitas que já ouvi".
Ou como uma outra pessoa escreveu no site da Creation:
"Thanks, Ride, for all you were".
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E por falar em movimento shoegaze, o Zé Antônio (ex-Pin Ups), em seu Pub Blog (MTV) descreve um texto muito interessante para quem que conhecer um pouco mais sobre este estilo de música. Ele deixa lá uma listinha de Cds, que considero alguns indispensáveis na vida de qualquer pessoa, e que reproduzo aqui:
"Por falar em CDs, fiz uma listinha de 10 álbuns que, na minha opinião, ajudam a entender melhor essa história:
My Bloody Valentine: Loveless (1991 – Creation Records)
Raise : Swervedriver (1991 – Creation Records/A&M))
Spiritualized: Lazer Guided Melodies (1992 - Dedicated)
Loop: Heaven's End (1987 - Head)
Ride: Nowhere (1990 – Creation Records)
Spectrum: Soul Kiss (1991 - BMG)
Spooky : Lush (1992 – 4AD)
Everything Alright Forever : The Boo Radleys (1992 – Creation Records))
Whirpool : Chapterhouse (1991 - Dedicated)
Souvlaki : Slowdive (1993 – Creation Records)"
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E por falar em Creation e shoegazers, abaixo seguem pequenos trechos de uma entrevista feita em 2003 com Stephen Lawrie, vocalista do Telescopes. A banda estava retornando suas atividades na época e Stephen conta o porquê da parada anterior:
By Marcia Raele
Perfect Needle e muitas outras músicas dos Telescopes fizeram uma trilha sonora de alguns momentos perfeitos da vida de muitas pessoas no início de 90. É difícil explicar como alguns timbres de guitarra um pouco mais distorcidos ou um pouco mais altos podem fazer com uma pessoa. [...]
O que você acha de dar entrevista a um fanzine?
Fanzines são legais, eu costuma escrever um, e então e eu fico sempre feliz de fazer entrevista com eles. Eles costumam ser bem mais honestos que o NME [New Music Express].
Você já fez algum contato com fãs brasileiros?
Nós recebemos um bocado de cartas e e-mails. É sempre bom escutá-los. E é bom saber que nossa música pode alcançar pessoas muito longe.
Quais são as inspirações para as músicas? As letras são baseadas em experiências pessoais?
Inspiração é um estado de espírito para nós. Pode ser em qualquer lugar ou em nenhum lugar. Depende da maneira como estamos nos sentindo.
The Telescopes ficaram seis anos parados. Por que esta parada e como foi o retorno? Conte como tem sido a recepção de “Third Wave” [o único trabalho após dez anos na época/2003]?
Eu coloquei o Telescopes na espera porque haviam muitas coisas no caminho e também muitas pessoas interferindo no grupo. A Creation queria hits, eu queria fazer música que tocassem mais a fundo as pessoas. Levou um longo tempo até eu criar um ambiente onde conseguisse atingir isto. “Third Wave” é nosso primeiro álbum em muito, muito tempo. Nós ficamos realmente surpresos pela reação das pessoas em relação a ele. Elas têm sido legais. Nós honestamente não sabíamos como as pessoas reagiriam.
5 comentários:
ai Marcinha,
numa boa, acho que a gente tinha que ter a nossa própria editora...
gostei da entrevista, e a introdução dela (o textinho) decididamente é a SUA cara.
beijo!
É isso mesmo, Glau! Eu escrevi esse texto com essa mesma idéia. Estava lendo de novo o Mate-me, Por favor, e quando li o capítulo "Por que não chamamos de Punk?", me deu uma baita vontade voltar a escrever. Vamos fazer isso? Beijão!
Sim ..vcs dedevem fazer isso .. rsrsrs
Beijo !!!
Muito bom! Várias referências sensacionais, Marcia...
Beijos.
Obrigada, Frank! ;)
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